sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Maternidade Lésbica: mulheres que gostam de mulheres e são mães!



Venturas e desventuras da maternidade nas palavras de nossas entrevistadas de Brasília (DF), Lusilene, digitadora, 39, que tem uma menina de 6 anos, e Recife (PE) Amanda, 33, produtora, que tem um menino de 1 ano e 8 meses.UOO: Primeiro, falem um pouco de suas vidas. Vocês se identificam como lésbicas ou bissexuais?Amanda: Agora como lésbica, mas já tive experiências com homens.Lusilene: Olha, eu me identifico mais como lésbica do que bi, pois, apesar de já ter namorado homens, quando era mais nova, prefiro as mulheres porque a gente se entende melhor. Moro sozinha com minha filha. Viemos para Brasília em 2005. É uma cidade onde me identifico muito porque foi aqui onde tudo começou.



UOO: Vocês tiveram filhos numa produção independente ou num casamento formal?Amanda: Produção independente...
Lusilene: A minha filha veio por acaso, foi um descuido. No começo foi difícil admitir que estava grávida.
UOO: Se casaram, casaram por pressão social ou familiar ou por amor simplesmente?Amanda: Não casei. o pai do meu filho é um amigo.
Lusilene: Nunca me casei nem pretendo me casar com homens.
UOO: Vocês sempre quiseram ser mães ou acabaram sendo para atender as convenções sociais que afirmam que todas as mulheres devem ser mães?Amanda: Não planejei, mas tinha vontade sim.Lusilene: Nunca pensei em ser mãe, não me imaginava como mãe, mas agora afirmo que ser mãe é muito bom.
UOO: Vocês têm quantas crianças? Meninas e meninos? E quantos anos ela(s), ele(s) têm?Amanda: Tenho 1 menino de 8 anos..Lindo de morrer e muito amado.Lusilene: Só tenho uma filha de 6 anos.
UOO: Sempre se interessaram também por mulheres? E sempre vivenciaram esse interesse ou só após a separação?Amanda: Tive minha primeira namorada aos 14 anos. Sempre soube do meu interesse por mulheres.
Lusilene: Sempre me interessei por mulheres, e isso já vem desde a minha adolescência; só que tinha medo de me assumir totalmente.
UOO: E como tem sido o relacionamento de sua(s) namorada(s) com seus filhos?Amanda: Estou com o que considero meu primeiro relacionamento sério e longo, por isso, o contato maior com o assunto foi mesmo com ela, e eles se adoram (meu filho e minha namorada). Ele já sabe de tudo porque acho que um exemplo que posso deixar pra ele é de que se deve ir atrás do que se ama, e ser quem se é, sempre.
Lusilene: Não tenho namorada atualmente, mas quando tive o relacionamento foi péssimo: ela não gostava da minha filha e queria que eu desse mas atenção a ela do que pra minha filha. Só que eu sabia dividir as coisas, e ela não entendia. Por isso terminamos.
UOO: Vocês acham que as mães lésbicas sofrem mais preconceito da sociedade do que as lésbicas que não têm filhos?Amanda: Acho que sim porque temos que conviver com mães, professoras, e, infelizmente, as pessoas do meu convívio que não aceitam a minha condição, usam isso pra me atingir mais fundo. Só que eu me faço respeitar e sem fazer nada, apenas sendo quem sou. Quem tem o que fazer são eles, aprendendo a lidar com a diferença.
Lusilene: Acho que sim, mas ainda não sofri esse tipo de preconceito, porque não gosto de falar da minha vida pessoal com as pessoas no trabalho, e tenho amigas que tem filhos e não sofreram nenhum preconceito. De qualquer forma, acho que as pessoas têm que respeitar a opção de cada uma.
UOO: A família de vocês sabe que se relacionam com mulheres? Se sim, como eles encaram? E os pais de suas crianças?Amanda: Minha família sabe, e tenho a sorte de ter uma mãe que me apóia. Alguns irmãos não apóiam (são 5, sou a sexta, caçula, imagine...), mas, como disse, só vão até onde eu deixo. E o pai do meu filho nunca se meteu nessa área da minha vida.
Lusilene: A minha família não se mete muito na minha vida, mas, se eu arrumar alguma namorada, com certeza já saberei a opinião deles porque eles não admitem que eu namorei uma mulher e falam que é uma doença e etc. O pai da minha filha não sabe que ela existe; a gente só ficou uma vez, e ai aconteceu.UOO: Quais os problemas que vocês enfrentam como mães lésbicas: com a família, com amigos, no trabalho, na escola?Amanda: Coisas do tipo ver meu filho chateado por causa de crianças que não vieram na festinha dele, e eu sabendo pelo que foi ...Pessoas da família dizendo que eu não posso expor ele a esse tipo de coisa, ou até olhares tortos, na escola.. e coisas do gênero.. Mas também tenho grandes pessoas comigo e com ele, que me ajudam muito. Não faço disso um drama porque não é nem quero que ele ache que seja. Tiramos de letra e somos felizes..Lusilene: Vários. É difícil a gente se encontrar. Os meus amigos gays se afastaram de mim, quase não falo com eles.. No trabalho, ninguém sabe que sou lésbica. Na escola, minha filha fica sendo motivo de piadas....mas estou dando um jeito nisso.
UOO: E da própria população lésbica? Vocês acham que as lésbicas preferem as mulheres sem filhos?Amanda: Acho que varia, como numa relação heterossexual: tem gente que prefere sem, que prefere com, e para quem não faz diferença..
Lusilene: Lógico que elas preferem as mulheres sem filhos, por isso que ainda estou sozinha.
UOO: Por fim, que mensagem gostariam de deixar para as leitoras e leitores da UOO?Amanda: Nunca deixem de fazer e ficar com quem amam, todos os tipos de amor, e preconceito é coisa de gente limitada, não se limite a elas..bjs.
Lusilene: Que lutemos pelos nossos direitos e que sejamos mais unidas porque precisamos vencer todos os preconceitos que existem.SP, 09/05/07

HOMOSEXUALISMO X HOMOSESUALIDADE


Muitas pessoas ainda hoje confundem Homossexualismo com Homossexualidade. É interessante mesmo nos tempos de hoje em que o homem diz ser "moderno", haver esta grande falta de informação entre essas palavras citadas no tópico.
A palavra homossexualismo vem de uma conotação ISMO ,sufixo este que denota doença. Mas desde 1985, graças à pressão do Grupo Gay e de vários grupos do Brasil, o Conselho Federal de Medicina retirou a homossexualidade da classificação de doenças no Brasil. Em 1993, foi a Organização Mundial de Saúde (OMS) quem declarou que a homossexualidade não é doença. A decisão se baseou, principalmente, no fato de que não foi provada qualquer diferença existente entre a saúde mental de um indivíduo heterossexual e a saúde mental de um homossexual. Porém, ainda prevalece o estigma social que liga a homossexualidade à doença. O que falta, neste sentido, é um pouco mais de informação por parte das pessoas que pensam desta forma. Então o indivíduo tem na verdade uma orientação sexual: seja ela, hétero, BI, Homo, trans.O texto ainda dá muito pano pra manga como dizem. Há casos também de muitos homossexuais que são criados numa família de orientação hétero, e esta, ainda teima em confundir os gêneros. Por sua vez, existem homossexuais que ainda usam a termologia homessexualismo e não homossexualidade.A palavra Homossexual - é o atributo, a característica ou a qualidade de um ser — humano ou não — que é homossexual (grego homos = igual + latim sexus = sexo) e, lato sensu, define-se por atração física, emocional, estética e espiritual entre seres do mesmo sexo. (http://pt.wikipedia.org/wiki/Homossexual).Não poderia por isso mesmo, ter origens unicamente bio-genéticas, mas terá de ser também produto do meio - psico - sócio - cultural - é uma construção histórica, social e cultural além da psicológica. A homo ainda que com muitas e diferentes designações, é referida como existente em todas as sociedades humanas e em todas as épocas.